Com um gosto pela criação, Edenilson é um artista. Além de estudante de Artes Cênicas e dançarino clássico, aos 25 anos decidiu investir em talentos da moda para criar uma linha de roupa que contasse a história de seu povo indígena.
Apesar de sua pouca idade e com tantos sonhos, Edenilson, 15 anos, não esperava a decepção que viria com a expectativa de criar sua própria marca. "Em 2012, alguém disse que me ajudaria a construir minha própria marca. Comprei os materiais, canetas profissionais, montei meu portfólio com esboços de modelos, investi e desenhei minhas inspirações, e essa pessoa desapareceu com meu trabalho. Então eu desisti", diz ele.
Seguindo a carreira de dançarino, mas ainda com o sonho da moda mantido, o estilista decidiu fazer os gráficos nas camisetas novamente. "Tudo isso é feito à mão, consome muito tempo e requer muita concentração".
Nos últimos 10 anos, Edenilson desenvolveu seu talento e capacidade, a fim de resgatar a história do povo Terena. Inspirado pela etnia Terena, aprendeu a fazer gráficos com sua prima Joemily, da aldeia Dois Irmãos do Buriti.
O sonho se aproximou quando ele foi convidado para o concurso Miss e Mister Indígena 2019, em Dourados. "Fui divulgar meu trabalho, um organizador viu e gostou da arte e me pediu um vestido com uma inspiração calorosa". Quando eu entreguei o vestido, ela adorou e o revelou, todos gostaram muito".
No final de 2020, no meio de uma pandemia, o designer se dedicou à moda, pesquisando tecidos, investindo em estampas e desenhos. "Minha mãe Ana Raquel e minha avó Tereza viram meu trabalho e decidiram me apoiar financeiramente para abrir a marca".
Quando lançou as primeiras peças femininas em fevereiro, ele disse que queria mostrar que todos podem usar as roupas com gráficos legais. "Muitas pessoas não a usam porque acham que vai prejudicar a imagem do povo indígena, mas não, eu quero mostrar que a pessoa pode usar e levar com ela um pouco de nossa cultura e nossa arte".
"Cada gráfico tem seu significado". Se cada arte tem seu papel no mundo, Edenilson aprendeu um pouco de cada um para se expressar. Foi ele quem costurou e desenhou as peças, em seu processo de fabricação, e até fotografou e filmou os modelos para sua própria campanha. "É por isso que digo que sou um artista, porque me envolvo em tudo o que me interessa; vou, faço e aprendo".
Com uma nova coleção masculina a ser lançada em abril, Edenilson espera que ele não só consiga o reconhecimento, mas também outros artistas indígenas. "Para que eles possam ser inspirados por mim e criar coisas ainda maiores que as minhas, porque acredito que há espaço para todos brilharem, e estou muito orgulhoso de mim mesmo".
"Espero que a marca Ateliê Terena seja reconhecida não só no Mato Grosso do Sul, mas também no Brasil e em outros países", conclui ele.
Quem quiser saber mais sobre o Ateliê Terena, basta acessar seu perfil no Instagram.
