Estudante brasileiro cria sistema de baixo custo que filtra microplásticos da água

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 Um brasileiro de 16 anos de idade criou um sistema de filtragem de baixo custo que pode ser instalado em estações de tratamento de água.

Estudos mostram que a água tratada que consumimos já contém microplásticos, partículas de menos de 5 milímetros que podem carregar metais pesados, nocivos aos seres humanos e aos animais. Ao consumir água com estes microplásticos, uma pessoa pode ingerir cerca de 120 mil partículas por ano.


O estudante Gabriel Fernandes Mello Ferreira criou um sistema de filtragem que provou ser 100% eficiente em mantê-los. Tão eficiente que será adotada por uma Estação de Tratamento de Água (ETA), responsável por 70% do abastecimento de água de sua cidade.



Segundo Gabriel, o processo de tratamento convencional tem várias etapas, tais como decantação, filtração, desinfecção e fluorização, que removem as impurezas da água, mas não ao ponto de reter microplásticos.




Pesquisa e solução

O estudante lembra que durante sua pesquisa ele se surpreendeu ao descobrir que uma pessoa pode consumir até 121.000 partículas microplásticas por ano. "Isto se deve em grande parte à presença de microplásticos na água tratada, pois vários estudos mostram que as Estações de Tratamento de Água são incapazes de reter microplásticos porque não têm um mecanismo específico para esta partícula", explica ele.


Com a ajuda dos professores Fernanda e Lenon, o estudante desenvolveu um mecanismo de retenção de microplásticos que pode ser facilmente aplicado em Estações de Tratamento de Água. Com a pandemia, não foi possível testar o filtro em plantas de tratamento e a solução encontrada foi construir um modelo menor para simular os resultados em um aquário.


O filtro provou ser muito eficiente e filtrado quase todas as partículas plásticas durante a simulação.

"Os microplásticos são menos densos que a água e, portanto, o mecanismo de filtração filtra apenas a parte superficial da camada de água. O filtro utiliza um escumador que, através de tubos, direciona a água para um cilindro plástico com fundo de malha de nylon com uma abertura de 300µ. Este recipiente coletor é o elemento filtrante, através do qual a água passa e o microplástico é retido na malha", relata o jovem inventor.


O mecanismo pode ser facilmente incorporado ao processo de tratamento de água, uma vez que não são necessárias modificações estruturais.





A instalação é simples e o custo é de cerca de 450 reais (80USD). "Com os resultados obtivemos a autorização para a instalação deste filtro na ETA São Roque de Itajaí, responsável pelo abastecimento de 70% da população de Itajaí e Navegantes", comemora Gabriel.

O projeto do sistema de filtração de microplásticos é um dos finalistas da 19ª edição da Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (FEBRACE 2021), que acontece entre 15 e 26 de março através da Plataforma Virtual da FEBRACE.


No total, serão expostos 345 projetos, desenvolvidos por 716 alunos de 295 escolas primárias, secundárias e técnicas de todo o Brasil, com a participação de 482 professores, que atuaram como guias de projetos. Os projetos serão avaliados e premiados por sua criatividade e rigor científico. Para votar no projeto de Gabriel, clique aqui.

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