Estudantes brasileiros fazem telhas de gesso e palha de coco

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 Três alunos do terceiro ano do ensino médio da Escola Estadual Tristão de Barros Full-Time, em Currais Novos, no interior do Rio Grande do Norte, criaram azulejos feitos de gesso e palha de coco. Além de ser uma nova invenção em favor do meio ambiente, o produto é mais eficiente do que o tradicionalmente fabricado com argila.


O protótipo tornou-se finalista no Prêmio Response to Tomorrow, iniciativa global da Samsung que desafia estudantes e professores de escolas públicas de todo o país a criar algo para resolver problemas locais.




SOLUÇÃO REGIONAL

A cidade de Currais Novos está localizada na região do Seridó, um lugar seco que muitas vezes experimenta altas temperaturas. O município tem cerca de 45.000 habitantes e está a 172 km de Natal, a capital do Rio Grande do Norte. Os estudantes encontraram no produto sustentável uma solução eficiente com materiais que causam menos danos ao meio ambiente, além de reter o calor do sol.


A invenção consiste em água, cola, gesso, palha de coco e pó de madeira, além do uso de garrafas PET para ajudar a moldar a telha. Os estudantes começaram a trabalhar no projeto em 2019 e fizeram alguns ajustes para avançar seus estudos neste período de isolamento social.


Para comparar desempenho e qualidade, os estudantes construíram duas estruturas de tijolos em seus quintais, cada uma com aproximadamente 60 cm de altura. Um foi colocado com o produto de barro tradicional e o outro com o material ecologicamente correto.


"Os estudantes fizeram medições de temperatura frequentemente ao longo do dia e descobriram que as telhas recicláveis faziam a temperatura ambiente 2°C mais baixa do que as telhas normais. As novas telhas também passaram no teste de imersão em água 24 horas para detectar o quanto absorveram", disse Vanessa Cristina de Medeiros Silva, professora de química da escola.





"Atingimos nosso objetivo de desenvolver uma telha sustentável e mais eficiente do que as telhas de barro que são produzidas em larga escala em nossa região, que além de não serem bons isolantes térmicos, causam sérios problemas ambientais, tais como erosão e modificação da paisagem para extrair argila e desmatamento para coletar lenha no processo de queima. Eles também liberam uma grande quantidade de dióxido de carbono na atmosfera, o que contribui para o aumento da temperatura do planeta", acrescentou o professor.


"O projeto é um exemplo da capacidade do Prêmio Responsabilidade do Amanhã de oferecer oportunidades aos jovens de todo o Brasil para desenvolver soluções para importantes demandas locais". Os estudantes criaram telhas com material reciclável que garantem padrões de produção e consumo sustentáveis, propondo medidas para combater a mudança climática e seus impactos e, ao mesmo tempo, tornar as cidades mais inclusivas, seguras e sustentáveis, disse Isabel Costa, Gerente de Projetos. Cidadania 


"Todos ganham quando o conhecimento trabalhado na escola vai além de suas paredes e é mobilizado para buscar soluções para os problemas vividos em seu território. O projeto desenvolvido no Rio Grande do Norte mostra que, com criatividade e os recursos necessários, educadores e estudantes podem se reinventar para garantir o aprendizado ao qual todos têm direito", disse Ana Cecília Chaves Arruda, Coordenadora de Programas e Projetos do CENPEC. Educação, a organização responsável pela coordenação técnica do Prêmio Respostas para o Amanhã.

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